O capitalismo neoliberal contemporâneo, pautado por fins financeiros, produziu um
novo padrão de acumulação global que permite a produção e circulação de capitais
em escala mundial, concentrando riqueza e originando a desigualdade social, e
concomitantemente intensificando os mecanismos de mercantilização e privatização.
Esse modelo tem produzido uma crescente exclusão de grandes grupos
populacionais, que se tornam sujeitos à fome, pobreza, violência e falta de direitos
sociais, além de sentimentos de instabilidade, perigo, isolamento, desamparo e
abandono. Desigualdade social, exploração, desemprego e subemprego,
estabelecimento de relações e condições de trabalho precárias, diminuição de salários
e valores conservadores-liberais tornaram-se mais comuns.
Na esfera educacional, a adoção de novos métodos, como a Educação à Distância,
ocorre por meio de uma série de medidas, isoladas ou combinadas, disseminadas sob
a designação de reformas, que expõem, além das especificidades locais, uma
profunda redefinição do papel do Estado em sua relação com educação.
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Houve
retração financeira desse agente na prestação de serviços sociais seguida de
privatização ou, pelo menos, tentativa de privatização desses serviços.
Consequentemente, as políticas educacionais têm limitado a formação aos interesses
do mercado, traduzido como um perfil produtivo, flexível e adaptável, capaz de
suportar e tolerar a intensificação do trabalho e o estabelecimento de condições de
trabalho mais precárias. Essas características resultam na massificação da formação
em instituições privadas de ensino superior, cujos egressos são destinados a
empregos de baixa qualidade, baixo conhecimento técnico e maior aproveitamento.
Esse processo de massificação contribui para a produção e disseminação
mercantilizada do conhecimento, que, sob o rótulo “inovação”, aprofunda a
privatização da ciência por meio de parcerias público-privadas de ensino superior à
distância.